Privatização da Codesa segue consolidando a presença de atores financeiros em grandes projetos de infraestrutura
No dia 31 de março de 2022, a Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) foi arrematada em leilão do BNDES pelo fundo de investimentos Shelf 119 Multiestratégia, da Quadra Capital. O resultado da privatização da estatal administradora dos portos de Vitória e Barra do Riacho, inédito no país, confirma a consolidação da presença de players financeiros nos projetos de infraestrutura.
O edital de leilão não exigia, como já ocorreu em outros casos, a apresentação de atestados comprovando experiência na execução dos investimentos ou serviços previstos no projeto. Os documentos de habilitação limitavam-se à Declaração de Pleno Conhecimento do Objeto Contratual e dos Materiais e Equipamentos Necessários à sua Execução.
O formato do edital revela a tendência de flexibilização dos chamados requisitos técnicos de habilitação, ampliando o leque de potenciais investidores nos ativos de infraestrutura. Obviamente que a flexibilização apenas aumenta a concorrência, mas não diminui a importância daqueles que aportam expertise técnica ao projeto. Ocorre, apenas, que essa expertise passa a poder ser contratada pelo vencedor da licitação após encerrado o certame, das mais variadas formas.
Essa tendência tem sido benéfica à concorrência, consolidando a entrada de agentes financeiros nesse mercado. Isso não retira, em absoluto, o valor da experiência técnica, da fiscalização responsiva e da qualidade dos contratos para garantir o sucesso de cada projeto.
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